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quarta-feira, 9 de maio de 2018

DIÁRIO 3.3

DIÁRIO 3.3
Acordo pra mais um dia
E quem diria não é ardia 
Estou vivo

Estou com meus braços bem aqui
E tudo que adquiri
Tenho em meu juízo

Eles não venceram...

Canela de Fogo mais uma vez perdeu a batalha
Da próxima vez sei que não falha
Ele trará mais um reforço

Eu continuo vivo...

Desenho minha sina na areia
Pra que o canto da sereia
Não seja o grande problema...



A casa não cai assim
E assim corro com a tempestade
Para que a metade de mim
Seja apenas a metade



Esse é o teorema...



Pego a minha folha
E com cada bolha que faço
É mais um pedaço
Da escolha que pedi



Escolhi tocar pra você
Desenhar sob o crochê
Só pra não ter que dormir



Dormir pra quê
Pra quê adormecer
Eles estão lá



Cospe Fogo
Sentado em seu poço
Canta para não chorar



Eu o venci de tal maneira
Que nem a mais íngreme geleira
Poderia suportar...



Como quem soubesse de tudo
Ele subiu no mais alto tributo
Mas de tudo eu já sabia



A chuva caia naquela manhã
Ele com o sinal de Satan 
Tentou ser a agonia



A agonia tomou conta do terreno
Como uma névoa sob o sereno
Queria ser a dor



Porém dobrando meus joelhos 
Senti o sangue vermelho
Vermelho daquela flor



Cada pétala que caia no chão
Levava consigo o Perdão
O perdão chegou até lá



E Cospe Fogo
Agora canta em seu poço
Encoberto sob o lenço de Alá...
Sob o lenço de Alá...
sob o lenço de Alá.
                               YENGAF ROCHA