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sábado, 15 de outubro de 2016

BLÁ BLÁ BLÁ

BLÁ BLÁ BLÁ

A casa quando cai deixa feridos
A saudade seja pouco seja mais
Destrói mais que Megido

Me diz uma coisa
Oh vento do norte
Seja você fraco seja forte
Me diz uma coisa

Que parentesco tem o pote
Que deu água pro pobre
Com a morte que apagou a luz do poste?

Paz Páscoa Pascoal
Será o que diz o meu jornal
É Tudo verdade?

Vou à igreja mas só vejo religião
Será que eles deixam Deus na direção
Ou usam de vaidade?

O sangue pinta o asfalto
mas o domingo é do Fausto
Será que acordarei?

Na madrugada não vejo ninguém
Trabalhando de dia não têm cem 
Quando atravessarei?

A rua estar deserta de mentes vazias
Que olha para o futuro de nostalgia
Quem tem uma cafeteira?

Quero um cafezinho bem quente
Depois de escovar os dentes
Vou para o banheiro

Procurar lavar minha alma
Do barulho dessa vida calma 
Que só me falta o dinheiro
                                                   (YENGAF ROCHA)
                            



SEM VOCÊ

SEM VOCÊ

Se eu acordasse sem o sol 
O dia seria apenas  tintol
O calor não teria sentido

A lua seria de papelão
O frio não teria direção
Num universo comprimido

As estrelas sem constelação
Teria apenas uma solução
Viver sem brilhar

Os vaga-lumes apagados
sofreriam calados
Sem a estrada iluminar

Se eu dormisse sem você 
Queria a morte conhecer
Só pra eu não ter que lembrar

Que aqui vivi sofredor
Carregando aquela imensa dor
De não poder te amar

                                    (YENGAF ROCHA)





quinta-feira, 13 de outubro de 2016

SE OS PINGOS DA CHUVA FALASSEM

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que você é a minha inspiração
Pra continuar sonhando com aquilo que não conquistei
Diriam que você é a pessoa que torna meu coração
De um simples plebeu sonhador, em um grande rei.

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que a música sem você 
Seria apenas um assobio na imensidão
É o eco que não volta pra responder
Dois caminhos sem direção.

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que o sol, só não é maior
Por falta de sua companhia
Que a natureza só produz a flor
Pra lembra de seu perfume todo dia.

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que seu olhar penetra o meu coração
Como a flecha lançada na velocidade da luz
Diriam que meu destino só te uma direção
E é esse sentimento por você quem traduz.
                                                              (YENGAF ROCHA)





MORTE NO SERTÃO

Essa é uma história não inventada
Mas revelada que veio do coração.

É a história de um pequeno homem
Que adorava sua terra e se chamava João.

Todo dia, bem cedo, no germinar da aurora boreal
João pegava no batente
E com a fé e sorriso no dente
Iniciava seu ardil braçal.

A enxada chorava a cada dente que perdia
Batendo naquele chão duro do sertão
As lágrimas não eram de tristeza
Mas de felicidade, pela insistência de João.

João olhava para o céu
Pedindo uma sombra no fim do dia
Porém a sombra estava descansando
E seu único arbusto era sua cabra vadia.

Seus joelhos calejados
De tanto se ajoelhar
Guardando suas lágrimas debaixo do suor
Porém seu trabalho era recompensado
No arrebol no fim do horizonte
E o canto do Carijó.

Um dia seu Canto morreu
Deixando o coração do pobre nordestino
Como vidro retalhado por um furacão,
Também morreu sua cabra vadia
E sem nenhuma agonia 
Foi-se sem comparação.

Já no fim do dia 
A natureza silencia
E João batendo naquela terra dura
Não tinha mais emoção

Com seus pés calejados
E sua enxada ao lado
João está a descansar

Termina mais um dia no sertão
Com alegria ou lágrimas no chão
João está lá...

Hoje o sol raiou
A cadeira não balançou
E a enxada ao lado
Viu que João não suspirou.
                                      (YENGAF ROCHA)









SÚBITO DESEJO

Queria ser o chuveiro
Na hora do seu banho
Ser o forasteiro
Viajar nos seus olhos castanhos

Queria ser a toalha
Que enxuga o teu corpo molhado
Ser uma navalha amolada
Que costa a morte e o pecado

Queria ser o sol
Que bronzeia sua pele morena
Ser o lençol agradável
Que te aquece em noite serena

Queria ser a poesia
Que ficou em sua memória
Ser o seu mais lindo dia
Fazer parte de sua história

Queria ser um portal
Que leva ao seu coração
Ser um pardal ao pôr do sol
Voar com você na imensidão

Queria ser teu protetor
Sua fortaleza
Queria ir ao criador
E pedir pra mim toda sua beleza
                                          (YENGAF ROCHA)





















CONTRADIÇÃO

Já se imaginou um deus
De quantas coisas poderia fazer
De quantos dedos tens nas mãos
E de quantos podes perder?

Já esteve no topo de uma montanha
Imaginando ser o maior
Estar mais perto das nuvens
E ao mesmo tempo estar só?

Já segurou o ponteiro do relógio
Pra vê o tempo parar?
E ver que o tempo nunca para
Basta você piscar

Já experimentou apagar a luz
E desenhar em sua consciência 
Um pouco de Sangue na cruz
O motivo de sua existência

Já escreveu uma história
Em que o personagem era você
Onde o herói sempre morre
Porém nunca sai da memória
Por quê?
                                          ( YENGAF ROCHA)