DEIXE SEU COMENTÁRIO

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

NÃO VOU MAIS CHORAR

Não vou mais chorar
Pois chorar não dar
Pra enxergar o caminho

E lá fora estar neblina
Não vejo a doce rapina
O voo é seu ninho

Não vou mais chorar
Esperando alguém chegar
Sei que não vou

Não vou mais
E antes que o cais
Tenha o chão em cor

Estarei aqui dormindo
E no peito sorrindo
Por estar alado

Curto a cada segundo da dor
O mais puro sublime sabor
De meu coração calado
                                     (YENGAF ROCHA)

PELA JANELA

Ainda olho pela janela
Com aquele olhar capela
Cantando para o nada

Ainda olho pelos varais da vida
Tentando achar os canais dessa ferida
Que um dia encontrei na estrada

Ainda procuro encontrar entender
Tudo que me fez chorar sofrer
Pra um dia quem sabe sim

Ainda conservo a esperança
Como o sorriso no olhar de uma criança
Que jamais saberá o que é o fim

E como o nada é apenas o nada
Continuo aqui mudo dando risada
de tudo que me faz sofrer

Pois pela janela escrevo
Tudo aquilo que não desejo
Sofrer pro resto da vida sem merecer
                                               (YENGAF ROCHA)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

PASSADO

Passado seja bom ou ruim
Eu quero longe de mim
E por fim quero começar do começo

E como um tropeço eu vi o mundo
Como um pobre moinho oriundo
Desses passos lentos endereço

Como um pobre poeta andarilho
Corri percorri entre trilho
Rastejando em nuvem neblina

Tantas letras canções e pontos
Deixei de cantar entre contos
Onde só brilhava os olhos da menina

Num suspiro lá se vai mais um dia
Ornamentando minha nostalgia
No fluxo sem nexo ao zero

E por mais que eu andasse
Tudo era linha de passe
Num jogo de azar sem esmero

Conheci Lábios Vermelhos
Que hoje nem no espelho
Consigo olhar

Tinha apenas quatro anos de idade
Não sabia o que era de verdade
Hoje não posso amar

Amar... Amor
O que seria essa cor?
Nunca fomos apresentados

Talvez jamais saberei
Quantos anos ainda terei
Pra continuar enclausurado?

...






sábado, 15 de outubro de 2016

BLÁ BLÁ BLÁ

BLÁ BLÁ BLÁ

A casa quando cai deixa feridos
A saudade seja pouco seja mais
Destrói mais que Megido

Me diz uma coisa
Oh vento do norte
Seja você fraco seja forte
Me diz uma coisa

Que parentesco tem o pote
Que deu água pro pobre
Com a morte que apagou a luz do poste?

Paz Páscoa Pascoal
Será o que diz o meu jornal
É Tudo verdade?

Vou à igreja mas só vejo religião
Será que eles deixam Deus na direção
Ou usam de vaidade?

O sangue pinta o asfalto
mas o domingo é do Fausto
Será que acordarei?

Na madrugada não vejo ninguém
Trabalhando de dia não têm cem 
Quando atravessarei?

A rua estar deserta de mentes vazias
Que olha para o futuro de nostalgia
Quem tem uma cafeteira?

Quero um cafezinho bem quente
Depois de escovar os dentes
Vou para o banheiro

Procurar lavar minha alma
Do barulho dessa vida calma 
Que só me falta o dinheiro
                                                   (YENGAF ROCHA)
                            



SEM VOCÊ

SEM VOCÊ

Se eu acordasse sem o sol 
O dia seria apenas  tintol
O calor não teria sentido

A lua seria de papelão
O frio não teria direção
Num universo comprimido

As estrelas sem constelação
Teria apenas uma solução
Viver sem brilhar

Os vaga-lumes apagados
sofreriam calados
Sem a estrada iluminar

Se eu dormisse sem você 
Queria a morte conhecer
Só pra eu não ter que lembrar

Que aqui vivi sofredor
Carregando aquela imensa dor
De não poder te amar

                                    (YENGAF ROCHA)





quinta-feira, 13 de outubro de 2016

SE OS PINGOS DA CHUVA FALASSEM

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que você é a minha inspiração
Pra continuar sonhando com aquilo que não conquistei
Diriam que você é a pessoa que torna meu coração
De um simples plebeu sonhador, em um grande rei.

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que a música sem você 
Seria apenas um assobio na imensidão
É o eco que não volta pra responder
Dois caminhos sem direção.

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que o sol, só não é maior
Por falta de sua companhia
Que a natureza só produz a flor
Pra lembra de seu perfume todo dia.

Se os pingos da chuva falassem...
Diriam que seu olhar penetra o meu coração
Como a flecha lançada na velocidade da luz
Diriam que meu destino só te uma direção
E é esse sentimento por você quem traduz.
                                                              (YENGAF ROCHA)





MORTE NO SERTÃO

Essa é uma história não inventada
Mas revelada que veio do coração.

É a história de um pequeno homem
Que adorava sua terra e se chamava João.

Todo dia, bem cedo, no germinar da aurora boreal
João pegava no batente
E com a fé e sorriso no dente
Iniciava seu ardil braçal.

A enxada chorava a cada dente que perdia
Batendo naquele chão duro do sertão
As lágrimas não eram de tristeza
Mas de felicidade, pela insistência de João.

João olhava para o céu
Pedindo uma sombra no fim do dia
Porém a sombra estava descansando
E seu único arbusto era sua cabra vadia.

Seus joelhos calejados
De tanto se ajoelhar
Guardando suas lágrimas debaixo do suor
Porém seu trabalho era recompensado
No arrebol no fim do horizonte
E o canto do Carijó.

Um dia seu Canto morreu
Deixando o coração do pobre nordestino
Como vidro retalhado por um furacão,
Também morreu sua cabra vadia
E sem nenhuma agonia 
Foi-se sem comparação.

Já no fim do dia 
A natureza silencia
E João batendo naquela terra dura
Não tinha mais emoção

Com seus pés calejados
E sua enxada ao lado
João está a descansar

Termina mais um dia no sertão
Com alegria ou lágrimas no chão
João está lá...

Hoje o sol raiou
A cadeira não balançou
E a enxada ao lado
Viu que João não suspirou.
                                      (YENGAF ROCHA)









SÚBITO DESEJO

Queria ser o chuveiro
Na hora do seu banho
Ser o forasteiro
Viajar nos seus olhos castanhos

Queria ser a toalha
Que enxuga o teu corpo molhado
Ser uma navalha amolada
Que costa a morte e o pecado

Queria ser o sol
Que bronzeia sua pele morena
Ser o lençol agradável
Que te aquece em noite serena

Queria ser a poesia
Que ficou em sua memória
Ser o seu mais lindo dia
Fazer parte de sua história

Queria ser um portal
Que leva ao seu coração
Ser um pardal ao pôr do sol
Voar com você na imensidão

Queria ser teu protetor
Sua fortaleza
Queria ir ao criador
E pedir pra mim toda sua beleza
                                          (YENGAF ROCHA)





















CONTRADIÇÃO

Já se imaginou um deus
De quantas coisas poderia fazer
De quantos dedos tens nas mãos
E de quantos podes perder?

Já esteve no topo de uma montanha
Imaginando ser o maior
Estar mais perto das nuvens
E ao mesmo tempo estar só?

Já segurou o ponteiro do relógio
Pra vê o tempo parar?
E ver que o tempo nunca para
Basta você piscar

Já experimentou apagar a luz
E desenhar em sua consciência 
Um pouco de Sangue na cruz
O motivo de sua existência

Já escreveu uma história
Em que o personagem era você
Onde o herói sempre morre
Porém nunca sai da memória
Por quê?
                                          ( YENGAF ROCHA)


quinta-feira, 11 de agosto de 2016


A MORTE DO POETA

HOJE CHEGUEI EM MEU CORPO. COMO UM VIAJANTE_DEPOIS DE MUITO TEMPO NA ESTRADA. O DIA ESTAR NUBLADO, NÃO VEJO OS PÁSSAROS QUE OUTRORA CANTAVAM PARA EU NO AMANHECER DAQUELES DIAS QUE EU PASSAVA ESCREVENDO MEUS PENSAMENTOS. CADÊ A MINHA CANETA BIC CRISTAL QUE EU DEIXEI SOBRE A MESA, QUE NÃO ESTÁ MAIS AQUI PRA CONTAR TANTAS VEZES QUE EU TOMEI CAFÉ, PENSANDO EM MINHA MAIOR PAIXÃO TERRENA... A DONA DOS OLHOS PUXADOS?. BELOS GOLES DE CAFÉ AROMATIZANTE HIPNOTIZADOR QUE ALEGRAVA MINH'ALMA ENQUANTO ELA SÓ HABITAVA EM MEUS DESEJOS MATINAIS. ONDE ESTÁ A JANELA QUE PRESENCIOU O NOSSO PRIMEIRO BEIJO UTÓPICO?. AQUELE ABRAÇO QUE JAMAIS AQUECEU O MEU CORPO... AINDA VEJO MEU CORPO ESTENDIDO... O QUE FIZERAM COM O RÁDIO QUE MATAVA MINHA SEDE DE SER ANTIGO? AS MÚSICAS QUE AFASTAVAM AS VOZES DE MINHA CABEÇA; AGORA SÃO ECOS NESSE VENTO SUFOCANTE. ONDE ESTÁ O MOCHO_ PRESENTEADO PELO GRANDE POETA "AMARANHENSE"? TUDO ESTÁ FORA DO LUGAR. NADA É O QUE FOI ANTES... MEU CORPO CONTINUA ALI... ONDE ESTÁ A VARANDA QUE TANTAS VEZES FOI PANO DE FUNDO PARA VISÕES E VISAGENS, FOTOS E PAISAGENS, CARAS E CARRUAGENS.  O BULE, QUE PERTENCEU À FAMÍLIA POR DEZENAS DE ANOS, ESTÁ ALI, PORÉM, APENAS EM DESENHO. DESENHOS OS QUAIS O CRIADOR CONCEDEU-ME AINDA EM FETO. FORAM TANTAS A VEZES QUE ELES AJUDARAM-ME À FUGIR DA TERRÍVEL SINA...O MEU CORPO CONTINUA ALI...CADA VEZ QUE EU VIA OS PATOS DO MATO_ ERA COMO VOAR EM UM MIRAGE OU NUMA ESPAÇONAVE CASUAL. MEU ESPÍRITO ENCHIA-SE DE OXI-ALADO FAZENDO-ME ADEJAR PRA UM LUGAR QUE NÃO CONHECIA, PORÉM, NÃO QUERIA JAMAIS TER VOLTADO. ERA COMO EU TIVESSE BEBIDO O PRIMEIRO GOLE DA MAIS PROFUNDA E BELA BEBIDA. QUERIA BEBER, BEBER E BEBER ATÉ PERDER O RUMO E JAMAIS TER ACHADO O CAMINHO DE VOLTA.
                                                                    (YENGAF ROCHA)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

MEU GRITO

Meu grito voa passarinho

Desejando algum ninho

onde eu possa pousar


Não saiu nem daqui do teto

Esbarro no desafeto

de quem não sabe amar

                                                                      (YENGAF ROCHA)

sexta-feira, 10 de junho de 2016

VERSOS TRISTES

Pela janela caem versos tristes

Na fria manhã de chuva encasulada

Carmesina-se a taça de vinho quero café quente

Pois minha gente estar a morrer por aí

Sem saber aonde vai terminar

A guerra continua sobre espinhos

Onde exalam rosas

Ouço gritos nas varandas

Ouço sussurros nos corredores

Ouço lamentos nas cortinas

Ouço vozes de horrores

Ouço nuvens de vozes ao meu redor                                                                                                  YENGAF ROCHA



sábado, 7 de maio de 2016

ERA UMA VEZ


ERA UMA VEZ

ERA UMA VEZ UMA RUA
QUE ASSIM COMO EU NÃO MESTRUA
MAS SOFRE TODO MÊS

ERA UMA VEZ UMA DAMA
QUE FOI TROCADA POR UMA CAMA
E HOJE É XADREZ

ERA UMA VEZ UM PAPAGAIO
QUE ENTROU NO VESTUÁRIO
E NÃO ERA MASCULINO

PASSOU O DIA APANHANDO
ACABOU SE TRANSFORMANDO
EM  BRINQUEDO PEQUENO DE MENINO

ERA UMA VEZ UMA TERRA 
QUE VIVIA EM PÉ DE GUERRA
POR CAUSA DE UMA MOÇA BONITA

ELA ROUBOU OS CORAÇÕES
DE DOIS POBRES PEÕES 
CAÇADORES DE MARMITA

ERA UMA VEZ UM DESEJO
QUE NEM O MAIS FORTE CARANGUEJO
PODERIA AGARRAR

ESSE DESEJO VIAJOU O MUNDO
HOJE POUSA NUM CORAÇÃO MORIMUNDO
QUE SÓ SABE AMAR

                                                        YENGAF ROCHA

terça-feira, 26 de abril de 2016

ADEUS
Você dormiu ao meu lado
E não viu que eu estava calado
Sem respirar

Não sentiu minha pressão
Como estava roxo minha mão
Meu Corpo a esfriar

Meus lábios não tinham o mesmo beijo
O sono não tinha mais o bocejo
Meu olho não mais piscava

Como todo animal
Hoje eu disse tchau 
Pra pessoa que eu amava.


 YENGAF ROCHA

segunda-feira, 11 de abril de 2016

MELOFOBIA

MELOFOBIA

MÚSICA É SOL
MELODY É ESCURIDÃO
MÚSICA É LENÇOL
MELODY MIJO NO CHÃO

MÚSICA É ROSA
MELODY É ESPINHO
MÚSICA É PROSA
MELODY É CONVERSAR SOZINHO

MÚSICA É ALICERCE
MELODY É ARTRITE
MÚSICA ENOBRECE 
MELODY É SINOSITE

MÚSICA, PERFEITA CANÇÃO
MELODY, PIOR PARÓDIA CENTENÁRIA
MÚSICA, CALMARIA PRO POBRE CORAÇÃO
MELODY, MOSQUITO DA MALÁRIA

MÚSICA BARULHO ACALMADOR
MELODY ASSOBIO IRRITANTE
MÚSICA CABO-ELEVADOR
MELODY AMNÉSIA DO ELEFANTE

MÚSICA, CAMINHO MAIS CURTO A DEUS
MELODY, INVENÇÃO DO INIMIGO
MÚSICA, RESPOSTA PRO ATEU
MELODY, COISA QUE ENCHE O PINICO

MÚSICA, DOCE POESIA
MELODY, TORMENTO PRO OUVINDO SADIO
MÚSICA, RAIAR DE UM NOVO DIA
MELODY, SERTÃO EM MEIO-RIO

MÚSICA, NOITE DE LUAR
MELODY, MADRUGADA SOMBRIA
MÚSICA, CAMINHO PRA ANDAR
MELODY, ESTRADA VAZIA

MÚSICA É NOTA
MELODY, PONTO DE INTERROGAÇÃO
MÚSICA É UMA HORTA 
MELODY TERRA INFÉRTIL À PLANTAÇÃO

MÚSICA, CALÇADO PARA OS PÉS
MELODY, FRIEIRAS NOS DEDOS
MÚSICA, VALE PROS SAPÉS
MELODY, TRISTE ENREDO

MÚSICA, LEMBRANÇAS DO PASSADO
MELODY, ESQUECIMENTO DO PRESENTE
MÚSICA, FUTURO INSPIRADO
MELODY, NEM QUERO QUE COMENTE.

                                                      (YENGAF ROCHA)